Autor: Luciano Alves, Licenciatura em Letras Uniasselvi
A literatura de cordel que conhecemos hoje surgiu em Portugal com os trovadores medievais ainda durante os séculos XII e XIII. Naquela época, como grande parte da população não era alfabetizada, e pouca popularização da escrita, os artistas espalhavam as histórias através da cantoria dos poemas. O cordel chegou ao Brasil no século XVIII por meio dos portugueses, destacando - se diversos cordelistas entre eles; Firmino Texeira do Amaral, Apolônio Alves dos Santos e inúmeros outros autores.
Atualmente, o foco da literatura de cordel concentra-se na região nordeste, na qual abriga uma tradição única e impressionante inteiramente ligada ao cordel, em vários lugares, os folhetos ainda são vendidos pendurados em cordões, em lonas ou malas estendidas em feiras populares. Porém nos meios digitais, a literatura de cordel ganhou forças pois tornou-se ainda mais fácil o acesso a diversidade de temas e conteúdos reunidos pelas redes sociais facilitando seu uso na área da educação, que pode ser explorado amplamente pelos docentes.
Além de que o cordel tem tudo a ver com a Educação, primeiramente, porque ele não é um gênero em si, é uma vasta área dentro da Literatura e pode aparecer em diversas roupagens, em diversos gêneros textuais. A partir da sua estrutura primordial que é a rima, a métrica e a oração (a sintaxe). Tendo isso, o professor pode trabalhar com um romance, uma piada, com adivinhas, um conto ou até mesmo falar de temas sociais a partir do Cordel. Fonsêca e Fonsêca (2008, p. 127) demonstraram que "alternativas pedagógicas, no sentido de encontrar soluções para a melhoria da qualidade das aulas, são inúmeras e o esforço do professor no sentido de adaptar metodologias de ensino com conteúdos específicos é grande".
Ademais, a sua estrutura é muito atrativa, faz com que os alunos se mantenham interessados além das dificuldades presentes nessa nova modalidade de aulas remotas, pois já que a rima e a métrica, quando bem usadas, prendem a atenção de quem lê ou ouve e principalmente para a interação da turma com suas características. Adequa-se como modo de avaliação oral, recitar os cordéis passo a passo e aprender a produzi-los, com base em suas experiências pessoais, socioeconômicas e principalmente em meio a pandemia.
Em virtude dos argumentos expostos percebe-se que a cultura do cordel é inteiramente intrigante e variada, desde seu surgimento até a atualidade. Levando em conta a grande importância dos autores da literatura de cordel, vale ressaltar que houve uma insigne mudança notável, pois anteriormente os cordéis eram recitados e com o Renascimento disponibilizou grandes transformações; o que levou os cordéis a serem impressos, fazendo com que os mesmos não ficassem somente nos pensamentos, mas difundidos na nova sociedade. Em síntese do que foi apresentado acima, os cordéis tomaram uma nova direção podendo ser conduzidos a várias áreas da educação, principalmente, na Educação a distância, (EAD) pois o cordel juntamente com a sua estrutura altamente organizada, aliando -se com a rima e a métrica, consegue assim, prender a atenção do aluno.
REFERÊNCIAS
FONSÊCA, A.V.L; FONSÊCA, K.S.B. Contribuições da literatura de cordel para o ensino da cartografia. Revista Geografia, v. 17, n. 2, Londrina, 2008.
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