Autor: Luciano Alves
A promoção da leitura é algo que precisa ser difundido cada vez mais, principalmente no atual momento em que estamos vivendo, uma era cada vez mais tecnológica, onde as pessoas não têm mais tempo para parar e ler um livro. Praticamente tudo, hoje em dia, gira em torno de aparelhos eletrônico e redes sociais. Por isso, torna-se relevante que a leitura seja incentivada, não apenas em relação à jornais, revistas e notícias, mas também de livros, de contos, que permitam o indivíduo expandir sua criatividade, sua imaginação. Por meio desse tipo de leitura, adquire-se um olhar crítico sobre determinados assuntos, fornecendo-nos dados e informações que nos permitem interpretar, debater, comparar e conhecer o mundo sobre um outro viés, assim como a respeito de nossa própria origem.
Por vivermos em uma país de grandes dimensões territoriais, temos uma grande variedade de tipos de culturas e, com isso, muitas manifestações literárias, que mostram o modo de vida de cada um desses lugares. Dentre essa grande variedade de literaturas existentes, temos a indígena, que vem lutando para manter o seu lugar no cenário literário, pois possui características que nos trazem informações relevantes sobre as fases de formação do indivíduo, interligadas em seu valor significativo de informação que muito contribui para o desenvolvimento da leitura.
Por muito tempo, sabemos que o índio foi descriminado, sendo visto como inferior, onde se criou uma ideia ficcionaria a seu respeito pelos colonizadores. Porém, na contemporaneidade, já vemos um novo olhar acerca desse povo, no qual ele começa a fazer e registrar a sua própria história. Assim, os textos a respeito dos indígenas surgem por meio de representantes de culturas que utilizam a literatura como um instrumento para divulgar os seus costumes e hábitos.
Frente a isso, vemos que a história desse povo vem ganhando mais notoriedade, mas importância no meio literário, sendo que vários fatores vêm contribuindo para que as obras literárias desse povo fiquem mais conhecidas. Todavia, embora verifiquemos um aumento de suas obras no Brasil, com autores de várias etnias sendo reconhecidas por meio de premiações pela qualidade da sua produção literária, ainda vemos pouca circulação desses livros se compararmos com autores indígenas norte-americanos, por exemplo. Ainda são poucos os leitores que vão em busca desse tipo de literatura, os que procuram esses livros são aqueles que estão em busca do exótico, tornando a identidade indígena do autor objeto de curiosidade.
A literatura indígena é aquela produzida pelo seu povo, que evidencia fatos de seu cotidiano, costumes, crenças, sendo destinada a qualquer pessoa, não necessariamente somente para os índios. Nesse sentido, falar sobre a literatura indígena é algo ainda pouco difundido, pois entendo que ainda há um certo preconceito ou receio em se propagar sua história. Por isso, muitos jovens de hoje em dia não têm conhecimento sobre eles, porque a leitura que fala sobre eles ainda é restrita e pouco divulgada.
Sendo assim, a promoção da literatura indígena, como uma forma de representar a sua identidade, pode romper com estereótipos, preconceitos, principalmente na sala de aula, contribuindo para a formação de leitores mais críticos e mais conhecedores de vários tipos de culturas. Logo, pressupõe-se que a literatura seja um elo entre o real e o imaginário, de maneira que o trabalho pedagógico com a literatura indígena permita um olhar mais interdisciplinar, contribuindo para um repertório maior de conhecimentos, além de incentivar a curiosidade e o senso crítico.
REFERÊNCIAS
SANTOS, Francisco Bezerra. Leitura da Literatura Indígena na Sala de Aula: Contribuições para o ensino. Revista Científica da FASETE, v. 1, 2017. Disponível em: <https://www.unirios.edu.br/revistarios/media/revistas/2017/12/leitura_da_literatura_indigena_na_sala_de_aula_contribuicoes_para_o_ensino.pdf>. Acesso em: 22 set. 2021.
THIÉL, Janice Cristine. A Literatura dos Povos Indígenas e a Formação do Leitor Multicultural. Educação & Realidade, v. 38, n. 4, p. 1175-1189, Porto Alegre, out./dez., 2013. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/edreal/a/PJsZ4S3tMLKBmyJ83VKXcQg/?lang=pt&format=pdf>. Acesso em: 22 set. 2021.
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