Cada vez mais estamos presenciando a migração do meio físico para o meio digital. A área da educação procura inovar cada vez mais nas suas metodologias de ensino para se adequar aos novos tempos: a era digital. Livros, jornais e outros objetos físicos estão perdendo espaços nas prateleiras e estão sendo substituídos por celulares e tablets. Se antes era comum viramos folhas, hoje a ação de deslizar a tela para virar a página está mais frequente.
Pensando nisso, os novos professores, os que já nasceram na Era Digital, e até mesmo os que possuem anos de carreira, precisam se adequar-se às novas tecnologias e levar para a sala de aula conteúdos novos, interativos e atuais, a fim de despertar o interesse de uma geração que está cada vez mais conectada e, assim, levar o conhecimento de modo efetivo para todos.
Os tempos mudaram e com a chegada do Século XXI veio as novas tecnologias já aperfeiçoadas do que antes considerava-se apenas a apresentação de uma nova forma de ver o mundo. O avanço tecnológico que o mundo presencia hoje é resultado de estudos e pesquisas realizados por cientistas e, talvez, pessoas anônimas que dedicaram suas vidas a criar ferramentas e objetos modernos e práticos.
À medida que as formas de trabalhar e utilizar serviços foram mudando, formou-se uma nova fase da leitura e da escrita. Com a pandemia que vivenciamos nesses últimos dois anos, tornou-se notável a necessidade de adaptar-se às novas tecnologias dentro das escolas e também fora dela. Os livros foram substituídos pelos e-books e o tradicional quadro-negro, instrumento de trabalho da maioria dos professores dentro das escolas, foram substituídos por aplicações e softwares de slides e compartilhamento de informações e tarefas.
Com esse plano de fundo, podemos notar que se torna urgente a necessidade de mudar a forma de trabalhar a leitura dentro das escolas para um modo mais moderno, amplo e interativo, onde o objetivo é resgatar leitores que fazem parte da Era Moderna, mas perderam o hábito de ler por achar livros físicos ultrapassados ou, simplesmente, desinteressante e desestimulante. A leitura, seja ela impressa ou eletrônica, traz consigo uma reconstrução de sentido, o que possibilita o leitor escolher os próprios caminhos a percorrer e definir sentido ao texto de forma ideológica, pessoal ou contextual.
Assim como há uma maneira de se colocar diante do texto impresso (mesmo que não necessitemos sempre de refletir conscientemente sobre isso), há também uma maneira de se dispor diante da tela do computador. Nossos gestos e posturas corpóreas estão já habituadas, desde nossa alfabetização, a se acomodarem ao texto impresso. Basta prestar atenção à maneira como arqueamos as costas, como abaixamos a cabeça, como estendemos os braços e as mãos, como dobramos nosso espaço corporal e nossos gestos ao foco ocupado pelo livro. Há todo um acomodamento de nossa existência corpórea àquele tipo de texto. E isso não se refere apenas à forma física do livro, à maneira como o manipulamos. Tem a ver também com o modo como ele é lido, gestado, escrito. De modo semelhante, há também uma maneira de acomodarmos nossa existência corpórea ao texto eletrônico. Não apenas porque estamos diante de um teclado e de uma tela, mas porque até mesmo os gestos que empregamos ao manipulá-lo são outros. (SANTOS, Alckamar, 2007, p.48)
Precisamos levar até nossos alunos novas formas de ler, usando meios digitais a fim de despertar neles um interesse nato fazendo com que se torne um hábito comum e não seja mais visto como uma obrigação. A leitura, enquanto fonte de informação e aprendizagem, deve ser buscada por seus leitores de forma espontânea, seja ela por meio de livros físicos ou em sites ou e-books.
Autor: Luciano Alves
REFERÊNCIAS
SANTOS,
Alckmar Luiz dos; PRADO, Gilberto Brado. Processos, objetos e rizomas.
Poeticas. Disponível em: <http://www2.eca.usp.br/cap/poeticas/processos_objetos_rizomas.pdf>. Acesso em: 14 abril 2022.
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