Texto 1: Chasque do Imperador

— Quando foi do cerco de Uruguaiana pelos paraguaios em 65 e o imperador Pedro II veio cá, com toda a frota da sua comitiva, andei muito por esses caminhos, como guia, como mensageiro, como confiança dele; era eu que colocava os arreios no cavalo, que dormia atravessado na porta do quarto dele, que carregava os papéis dele e as armas dele. Eu era guia da fila testa.

Começou assim: fui escalado para o esquadrão que devia escoltar aquele luxo todo. Quando a tropa apresentou-se ao seu general Caxias, o velho olhou... olhou... e não disse nada. Cada um, firme como um tronco de tarumã; as cordas de couro cru, das melhores, as garras, bem postas, os metais, reluzindo; os cavalos tosados perfeitamente, a cascaria aparada... e em cima de tudo, — tirante eu — uma tropa poderosa, capaz de descer do cavalo e descascar o facão até pra Cristo, salvo seja!...

Pois o velho olhou..., olhou..., e ficou calado. [...] De em frente, das casas, veio saindo uma grande quantidade de gente, muito em ordem, de a dois, de a três. Na frente da formação vinha um homem alto, barbudo, ruivo, de olhos azuis, pequenos, mas mui macios. À esquerda dele, dois passos menos, como na ordenança, o velho Caxias, fardado e firme, como sempre. O outro, o ruivo, assim a modo um gringo, vinha todo de preto, com um capote de pano piloto, com veludo na gola e de botas de montaria, sem esporas. Pela pinta devia ser muito desajeitado na montaria. Não trazia espada nem nada, mas devia ser um maioral porque todos os outros se apequenavam pra ele. Quem seria?

O ruivo passou pela nossa frente, devagar; mirou um lado da tropa e outro, e falou com o velho, mostrando um ar risonho no rosto sério. [...] – ‘Stá bem, sr. tenente; estou satisfeito! Mande-me aqui um dos seus homens, qualquer...

Texto 2: Na Guerra do Paraguai, a imprensa inovou com reportagens visuais

Os registros fotográficos seguiram os rastros de sangue deixados pelos exércitos aliados, desde o Brasil e a Argentina até o Paraguai.

O maior conflito bélico internacional ocorrido na América do Sul, que opôs Brasil, Argentina e Uruguai, conformando a Tríplice Aliança, contra o Paraguai, marcou de forma indelével o reinado de Pedro II", explica a antropóloga Lúcia Klück Stumpf, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, sobre a Guerra do Paraguai (1864-1870). “Se nos momentos iniciais a guerra serviu para enaltecer o Império brasileiro e a figura de Pedro II, a longa duração do conflito acabou por dar forma às oposições que foram responsáveis, no limite, pela deposição da monarquia, levada a cabo em 15 de novembro de 1889. O final da guerra marcou, assim, o início do ocaso do Império.“

Passaram-se 150 anos, mas há muitas questões deixadas no cotidiano dessa batalha que resultou na morte de 280 mil paraguaios, na época a metade da população do País, e 120 mil soldados argentinos, uruguaios e brasileiros. Segundo a antropóloga, a ausência de consenso até hoje informa a magnitude do evento e a sua importância nos rumos da história nacional.

Pesquisadora de iconografia histórica e artística, Lúcia busca respostas no conjunto de imagens que impulsionaram a imprensa da época. “Além de sua importância histórica, a guerra contra o Paraguai se apresenta como um estudo de caso muito interessante para pesquisas de cultura visual, campo em que atuo. Isso porque a eclosão da guerra coincidiu, no Brasil, com o auge do desenvolvimento de novas tecnologias óticas e de impressão, que impactavam as artes e a indústria, no que chamamos, em referência ao famoso ensaio de Walter Benjamin, da era da reprodutibilidade técnica." [...]

1. Ao comparar os dois textos, em relação ao tema, percebe-se que ambos

2. Em relação à forma como os autores abordam a Guerra do Paraguai, os textos se diferenciam porque

Texto 1: Maioria é favorável à obrigatoriedade de os planos de saúde fornecerem medicamentos para tratamento domiciliar do diabetes

O Instituto DataSenado realizou enquete on-line para avaliar a opinião dos internautas sobre o Projeto de Lei nº 4.809 de 2023, que “dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência à saúde”, para incluir no rol de coberturas obrigatórias insumos e tecnologias aprovados pela Anvisa para tratamento das pessoas com diabetes mellitus tipo 1.


De acordo com a enquete, menos da metade dos respondentes (48%) possuem plano de saúde, mas a maioria (62%) afirma ter diabetes do tipo 1 ou ter alguém da família com essa doença.


Texto 2: Estudo global evidencia mortes evitáveis de pessoas com diabetes abaixo de 25 anos por diagnósticos e tratamentos inadequados

Pesquisadores da UFRGS integraram estudo publicado na Lancet Diabetes and Endocrinology que demonstrou a importância do acesso facilitado à insulina e a cuidados básicos em saúde para evitar complicações e mortes por diabetes.

Um artigo publicado na Lancet Diabetes and Endocrinology, uma das revistas científicas mais importantes da área médica, avaliou casos de mortes de pessoas abaixo de 25 anos em decorrência de diabetes. A partir do Estudo de Carga Global de Doenças (GBD - sigla em inglês para Global Burden of Diseases, Injuries and Risk Factors, estudo de mortalidade e incapacidade causadas por 369 doenças e 87 fatores de risco) entre 1990 e 2019, pesquisadores vinculados a diversas instituições, incluindo a UFRGS, investigaram dados de 204 países e territórios com população superior a um milhão de habitantes. Os cientistas concluíram que o acesso gratuito ou facilitado à insulina pode evitar a maior parte dos óbitos por diabetes, já que as regiões com maiores índices de mortalidade pela doença possuem baixos índices de desenvolvimento.

3. Ao comparar os textos em relação ao tema, ambos destacam a necessidade de

4. As abordagens sobre o mesmo tema nos dois textos diferem porque

Texto 1: Maioria é favorável à exibição de campanhas para o fim da violência contra a mulher em arenas esportivas e estádios de futebol.

O Instituto DataSenado realizou enquete on-line para avaliar a opinião dos internautas sobre o Projeto de Lei nº 4.842 de 2023, que altera a Lei nº 14.448, de 9 de setembro de 2022, para instituir campanha permanente de conscientização, em arenas esportivas e respectivas transmissões dos eventos esportivos, para a prevenção e o enfrentamento da violência contra a mulher.


Os respondentes se dividiram sobre qual a principal contribuição dessas campanhas educativas para a prevenção à violência contra a mulher, sendo que 40% apontaram que poderá “encorajar vítimas de violência a denunciar a agressão”, outros 30% indicaram que poderá “contribuir na construção de uma cultura de respeito, proteção e não agressão às mulheres” e 25% que ajudará a “divulgar a rede de enfrentamento à violência contra a mulher”. [...]

Texto 2: Apoio ao Combate à Violência Contra a Mulher Cresce em Estádios e Transmissões Esportivas

Uma pesquisa realizada pelo Instituto DataSenado trouxe um dado significativo sobre a opinião dos brasileiros em relação à prevenção da violência contra a mulher em eventos esportivos. O levantamento revelou que 80% dos entrevistados são favoráveis à aprovação do Projeto de Lei nº 4.842 de 2023, que propõe a exibição permanente de campanhas educativas contra a violência de gênero em arenas esportivas, como estádios de futebol e, também, durante as transmissões de eventos esportivos.

A questão central é entender qual a principal contribuição dessas campanhas para a sociedade. Os entrevistados se dividiram: 40% acreditam que as campanhas podem encorajar as vítimas a denunciar os agressores. “Se mais mulheres se sentirem seguras para buscar ajuda, poderemos reduzir casos de violência”, afirmou Juliana Martins, estudante e ativista de direitos humanos.

Outros 30% consideram que as campanhas podem ajudar a construir uma cultura de respeito, proteção e igualdade entre homens e mulheres. “A educação é o caminho para mudar a mentalidade das pessoas. Se mostrarmos o impacto negativo da violência, podemos, sim, fazer a diferença”, opina o professor de sociologia Daniel Souza.

5. Ao comparar os dois textos, conclui-se que ambos apontam que

6. Comparando os dois textos em relação à diferença mais relevante acerca do tema, conclui-se que

7. Comparando os dois textos em relação ao tratamento dado ao tema das campanhas educativas, percebe-se que

Texto 1: Uso de telas pode impactar a constituição da subjetividade de crianças

O uso de telas por crianças foi impulsionado durante a pandemia de covid-19, uma vez que, em função do isolamento social, as aulas e as relações passaram a ser mediadas por dispositivos digitais. A pesquisa Tic Kids Online mostra que o uso de telas por crianças tem começado cada vez mais cedo: em 2015, 26,1% das crianças de 0 a 6 anos acessavam a internet pela primeira vez, enquanto em 2022, após o ensino remoto, esse número subiu para 46,3%.

A psicopedagoga Monica Eidelwein explica que a constituição do indivíduo na infância se dá por meio da significação de desejos e do brincar livre, que permite a projeção da subjetividade. Quando a tela substitui as interações pais-filho - por exemplo, o celular usado para minimizar a ausência de um responsável -, ocorre o fenômeno da “tecnointerferência”, que compromete a sensibilidade dos pais em relação às necessidades infantis.

Texto 2: Entre telas e aprendizagens

A sala estava silenciosa, exceto pelo som do tablet que Pedro, de nove anos, manipulava com habilidade. Do sofá, Lúcia, a avó, observava o neto com uma mistura de curiosidade e preocupação.

— Pedro, por que você não aproveita para brincar lá fora? O dia está tão bonito — sugeriu ela, apontando para o jardim com balanços e árvores que pareciam convidar à brincadeira.

Lúcia, que havia crescido numa época em que o aprendizado dependia de livros, conversas e experiências práticas, ficou pensativa.

— Então você acha que aprender no tablet é mais importante do que no mundo real? — perguntou, testando a lógica do neto.

Pedro balançou a cabeça.

— Não acho que seja mais importante, vó. Acho que é diferente. Com o tablet, eu aprendo coisas que talvez eu nem tivesse chance de descobrir. Mas também dá para fazer outras coisas fora da tela, como aquela horta que você queria fazer – sugeriu ele, com um sorriso tímido.

Lúcia riu e balançou a cabeça. Apesar de ter crescido em tempos tão diferentes, começava a entender que a tecnologia, se usada com equilíbrio, poderia ser uma grande aliada no aprendizado e na criatividade.

8. Nos Textos 1 e 2, a principal diferença de opinião sobre o uso de tecnologia por crianças refere-se

9. A divergência principal entre os Textos 1 e 2 sobre o uso de tecnologia por crianças reside no fato de que

10. Considerando os contextos de produção e circulação dos dois textos, eles abordam o mesmo tema de formas diferentes porque