D1 - Localizar informações explícitas em um texto. (Questões 7, 13)
D2 - Inferir o sentido de uma palavra ou expressão. (Questão 9)
D3 - Inferir uma informação implícita em um texto. (Questão 6)
D4 - Identificar o tema de um texto. (Questões 2, 10)
D5 - Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato. (Questão 10)
D6 - Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. (Questão 5)
D8 - Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la. (Questão 7)
D9 - Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros. (Questão 15)
D12 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto. (Questão 11)
D14 - Interpretar informações implícitas no texto / Reconhecer o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e outras notações. (Questões 2, 4)
D16 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados. (Questão 15)
D18 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou expressão. (Questões 1, 12)
D19 - Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de recursos morfossintáticos. (Questão 3)
D21 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios etc. (Questões 8, 14)

TEXTO I
O Bicho
Manuel Bandeira

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achou alguma coisa,
Não examinou nem cheirou:
Engoliu com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.

1. No poema "O Bicho", o impacto causado pelos versos finais deve-se principalmente:

TEXTO II
Medo da eternidade
Clarice Lispector

Jamais esquecerei o meu aflitivo e dramático contato com a eternidade. Quando eu era muito pequena ainda não tinha provado chiclete e mesmo em Recife falava-se pouco deles. Eu nem sabia bem de que espécie de bala ou bombom se tratava. Mesmo o dinheiro que eu tinha não dava para comprar: com o mesmo dinheiro eu lucraria não sei quantas balas. Afinal minha irmã juntou dinheiro, comprou e ao sairmos de casa para a escola me explicou: — Tome cuidado para não perder, porque esta bala nunca se acaba. Dura a vida toda. — Como não acaba? – Eu perguntava incrédula. — Não acaba nunca, e pronto. Eu estava boba: parecia-me ter sido transportada para o reino de histórias de príncipes e fadas. Peguei a pequena pastilha cor-de-rosa que representava o elixir do longo prazer. Examinei-a, quase não podia acreditar no milagre. Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais. E eis-me com aquela coisa cor-de-rosa, de aparência tão inocente, tornando possível o mundo impossível do qual já começara a me dar conta. Com delicadeza, terminei afinal pondo o chiclete na boca. — E agora que é que eu faço? – Perguntei para não errar no ritual que certamente deveria haver. — Agora chupe o chiclete para ir gostando do docinho dele, e só depois que passar o gosto você começa a mastigar. E aí mastiga a vida inteira. A menos que você perca, eu já perdi vários. Perder a eternidade? Nunca. O adocicado do chiclete era bonzinho, não podia dizer que era ótimo. E, ainda perplexa, encaminhávamo-nos para a escola. — Acabou o docinho. E agora? — Agora mastigue para sempre. Assustei-me, não saberia dizer por quê. Comecei a mastigar e em breve tinha na boca aquele puxa-puxa cinzento de borracha que não tinha gosto de nada. Mastigava, mastigava. Mas me sentia contrafeita. Na verdade eu não estava gostando do gosto. E a vantagem de ser bala eterna me enchia de uma espécie de medo, como se tem diante da ideia de eternidade ou de infinito. Eu não quis confessar que não estava à altura da eternidade. Que só me dava aflição. Enquanto isso, eu mastigava obedientemente, sem parar. Até que não suportei mais, e, atravessando o portão da escola, dei um jeito de o chiclete cair no chão de areia. — Olha só o que me aconteceu! – Disse eu em fingidos espanto e tristeza. – Agora não posso mastigar mais! A bala acabou! — Já lhe disse – repetiu minha irmã – que ela não acaba nunca. Mas a gente às vezes perde. Até de noite a gente pode ir mastigando, mas para não engolir no sono a gente prega o chiclete na cama. Não fique triste, um dia lhe dou outro, e esse você não perderá. Eu estava envergonhada diante da bondade de minha irmã, envergonhada da mentira que pregara dizendo que o chiclete caíra da boca por acaso. Mas aliviada. Sem o peso da eternidade sobre mim.

2. A partir da leitura do texto, é correto afirmar que a narradora:

(TEXTO II)

3. No trecho "Eu que, como outras crianças, às vezes tirava da boca uma bala ainda inteira, para chupar depois, só para fazê-la durar mais", a expressão destacada introduz uma:

(TEXTO II)

4. Na frase "Perder a eternidade? Nunca", o uso do ponto de interrogação revela:

TEXTO III


Não faça da sua casa a casa do mosquito da dengue.
Coloque areia nos pratos dos vasos de plantas.
Um simples gesto pode salvar vidas.
Ministério da Saúde – Governo Federal

5. O principal objetivo da campanha publicitária acima é:

(TEXTO III)

6. A frase "Um simples gesto pode salvar vidas" sugere que:

TEXTO IV
O uso das tecnologias na escola

A utilização de tecnologias digitais no ambiente escolar tem sido objeto de intensos debates nos últimos anos. De um lado, há educadores que defendem sua implementação imediata e massiva, argumentando que a escola não pode ficar à margem das transformações sociais. De outro, encontramos aqueles que alertam para os riscos da dependência tecnológica e para a necessidade de formação adequada dos professores antes de qualquer mudança estrutural nas metodologias de ensino. É inegável que vivemos em uma sociedade cada vez mais conectada e que os estudantes já chegam às escolas familiarizados com diversos dispositivos eletrônicos. Ignorar essa realidade pode tornar o ambiente escolar desinteressante e desconectado do mundo real dos alunos. Entretanto, a mera presença de equipamentos tecnológicos não garante melhoria na qualidade do ensino, podendo, inclusive, representar um fator de distração se não houver planejamento pedagógico adequado. Pesquisas recentes demonstram que o uso equilibrado de tecnologias, aliado a práticas pedagógicas bem estruturadas, pode potencializar o processo de ensino-aprendizagem. A tecnologia deve ser encarada como uma ferramenta auxiliar, não como protagonista do processo educacional. O professor continua sendo peça fundamental, agora com o desafio adicional de mediar a relação dos estudantes com o universo digital, estimulando o desenvolvimento do pensamento crítico na seleção e interpretação das informações disponíveis.

7. De acordo com o texto, a posição mais adequada em relação ao uso de tecnologias na escola seria:

(TEXTO IV)

8. Analise o seguinte trecho: "Entretanto, a mera presença de equipamentos tecnológicos não garante melhoria na qualidade do ensino, podendo, inclusive, representar um fator de distração se não houver planejamento pedagógico adequado."
O conectivo "entretanto" estabelece uma relação de:

(TEXTO IV)

9. No contexto do último parágrafo, o termo "protagonista" significa:

TEXTO V
Conto de verão nº 2: Bandeira Branca
Luís Fernando Veríssimo

Ontem, o pai de Samanta pediu para eu dar uma olhada na churrasqueira. Estava quebrada. O acendedor automático não funcionava. Eu olhei. Disse que estava quebrada. O acendedor automático não funcionava. Ele disse "Pois é..." Eu não disse nada. Experiências anteriores me haviam alertado que qualquer comentário meu poderia ser interpretado como uma oferta para consertar a churrasqueira. Experiências anteriores me haviam alertado que eu não devia consertar nada. Minha mulher já havia me alertado: "Você não vai mexer em nada na casa do pai da Samanta, está ouvindo?" Eu ficaria olhando, calado, para a churrasqueira pelo resto do fim de semana, se fosse preciso. Se perguntassem "Você não acha que é aqui?", eu responderia "Não sei". Se insistissem "Dá uma olhadinha melhor", eu repetiria "Não sei" e acrescentaria "Não mexo com isso". Experiências passadas me haviam ensinado a ser radical. Nada de "Bem, vamos ver", ou "Deixa eu dar uma analisadinha", e muito menos "Acho que posso dar um jeito". Não. Bandeira branca. Eu me rendo. Porque quando você se propõe a consertar alguma coisa na casa dos outros é para sempre. Os hospedeiros e, pior, a sua própria mulher, adquirem uma confiança instantânea e irracional na sua habilidade de reparar tudo. Soldar sem solda, colar sem cola, substituir sem peça de reposição, os mais complexos consertos com um canivete só. E bibelôs são os piores. Você quebra um braço de bailarina de porcelana, tenta botar o braço no lugar, não dá certo, aí descobre que quebrou a perna também, aí quebra o pescoço da bailarina para que não haja testemunhas. No caso da churrasqueira ainda havia o agravante da expectativa criada pelo pai da Samanta. Ele e eu nunca nos entendemos muito bem. Eu cometi o erro de, num dos primeiros encontros com a família da Samanta, deixar me seduzir pela perspectiva de ganhar pontos com o futuro sogro e consertar uma torneira na casa de praia. Uma torneira. Só. E de repente eu era um êmulo do MacGyver, tudo o que o pai da Samanta não era. "Como é que você conseguiu?" ele perguntava, cercando a torneira consertada, tentando entender. Ele tinha tentado um dia inteiro. Não conseguira. Desistira. E bastara eu chegar, com o meu canivete (está certo, não foi só com o canivete, precisei de uma chave de fenda e de uma chave inglesa, que pedi ao caseiro), para resolver tudo. Compreendi o seu ressentimento. Passei a ser não o namorado da filha, mas o rival. O sujeito que consertava as coisas. O cara que sabia. Quando havia um vazamento, um curto-circuito, uma fechadura emperrada, a família toda olhava para o patriarca, e a seguir transferia o olhar para mim. O que era uma maldade. Porque o pai da Samanta tentava. Passava horas murmurando para si mesmo, "Eu vou consertar, eu vou consertar...", sem chegar perto do conserto. Enquanto eu torcia para que ele conseguisse. Eu não queria consertar nada. Aliás, nove entre dez vezes eu não consertava. Quebrava mais ainda. Como no dia que desmoralizei o seu cortador de grama. Ele tinha um problema, mas funcionava. Depois que eu mexi nele, nem rodava mais. O pai da Samanta quase chorou. Por isto minha tática era agora outra. Quanto menos eu dissesse, melhor. Olhei a churrasqueira mais uma vez e disse "É...". E rezei. Porque a Samanta já estava lá dentro gritando para a mãe: "Ele vai consertar, mãe!"

10. A principal estratégia do narrador diante da situação apresentada no texto é:

(TEXTO V)

11. Ao afirmar "Nada de 'Bem, vamos ver', ou 'Deixa eu dar uma analisadinha', e muito menos 'Acho que posso dar um jeito'", o narrador utiliza:

(TEXTO V)

12. No contexto da crônica, a expressão "Bandeira branca" simboliza:

TEXTO VI
O ciclo da água

O ciclo da água, também conhecido como ciclo hidrológico, é o processo contínuo de transformação e circulação da água na Terra. A água existe na atmosfera, na superfície terrestre e no subsolo, mudando constantemente de estado físico e movimentando-se de um lugar para outro. O processo se inicia com a evaporação da água dos oceanos, lagos, rios e do solo. A energia solar aquece a água, transformando-a em vapor, que sobe para a atmosfera. Nas plantas, ocorre um processo semelhante chamado transpiração, quando a água absorvida pelas raízes é liberada na forma de vapor pelas folhas. O vapor d'água na atmosfera, ao encontrar camadas mais frias, sofre condensação, formando pequenas gotículas que dão origem às nuvens. Quando essas gotículas se tornam pesadas o suficiente, ocorre a precipitação na forma de chuva, neve ou granizo, devolvendo a água à superfície terrestre. Parte da água que chega ao solo penetra através de um processo chamado infiltração, abastecendo os lençóis freáticos e aquíferos subterrâneos. Outra parte escoa pela superfície (escoamento superficial), retornando aos rios, lagos e oceanos, de onde o ciclo recomeça. Esse ciclo é fundamental para a manutenção da vida no planeta, pois além de regular o clima, garante a disponibilidade do recurso em diferentes regiões e é responsável pela renovação dos reservatórios de água doce.

13. Os termos destacados em negrito no texto representam:

(TEXTO VI)

14. Na frase "Esse ciclo é fundamental para a manutenção da vida no planeta, pois além de regular o clima, garante a disponibilidade do recurso em diferentes regiões", o termo sublinhado estabelece uma relação de:

(TEXTO VI)

15. Considerando a tipologia textual, o texto sobre o ciclo da água pode ser classificado predominantemente como: