Leia os textos a seguir para responder aos itens 1 e 2.
Texto 1
Anvisa esclarece sobre indicações do PMMA
Substância sintética é utilizada com diversas finalidades, inclusive na área da saúde.
Todos os produtos usados em procedimentos médicos e estéticos em comercialização no Brasil precisam ter registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão responsável pela avaliação quanto à segurança, eficácia e qualidade dos itens. Somente após a análise técnica, esses produtos são liberados para venda e uso, visando à proteção do paciente e do consumidor.
Uma das aplicações do polimetilmetacrilato (PMMA) é na forma de gel para o preenchimento cutâneo de pequenas áreas do corpo. A principal indicação de uso do produto polimetilmetacrilato - PMMA, está relacionada ao tratamento das alterações anatômicas decorrentes da utilização de antirretrovirais e faz parte dos procedimentos previstos no Programa Nacional de DST e AIDS/SVS/MS.
Atualmente existem dois produtos registrados contendo em sua composição PMMA:
- O Dispositivo Médico “LINNEA SAFE", registrado sob o nº 80256510006, é indicado para correção volumétrica facial e corporal em casos de lipodistrofia por uso de antirretro-
- virais em pacientes HIV positivo. Também é indicado na correção volumétrica facial, podendo ser utilizado em sulcos nasolabiais, linhas glabelares, cantos da boca, linhas superiores dos lábios, linhas mentonianas/mento (queixo), na região malar, em cicatrizes de acne, no nariz, para aumento de lábios e no contorno facial e somente pode ser aplicado por profissionais médicos treinados.
- O Dispositivo Médico “BIOSSIMETRIC", registrado sob o nº 80434370001, é indicado para o preenchimento de sulcos Nasolabiosgenianos e Mentogenianos Inestéticos, correção de deformidades no Nariz, Mento, Orelhas, Malares e de Contorno Facial, Lipodistrofia Facial pós-tratamento em pacientes HIV positivo e preenchimento da Região do Glúteo para pacientes com lipodistrofia glútea em decorrência de uso de antirretroviral, e que deve ser administrado somente por profissionais Médicos e Odontólogos de preferência com treinamento em técnicas de implantes injetáveis.
Para ambos os produtos, a dose a ser utilizada se encontra descrita nas instruções de uso dos produtos e deve ser observada no ato da avaliação clínica, pelo profissional responsável, para atender a correção desejada, de acordo com as áreas a serem tratadas. O profissional responsável determinará, portanto, a quantidade adequada para corrigir a deformação desejada, uma vez que o volume depende da análise clínica e da capacidade corporal do paciente.[...]
Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Anvisa esclarece sobre indicações do PMMA. Adaptado. Portal Gov.br/Anvisa, Brasília, 25 jul. 2018. Atualizado em 23 dez. 2024. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2018/anvisa-esclarece-sobre-indicacoes-do-pmma. Acesso em: 1 mar. 2025.
Texto 2
Riscos em procedimentos estéticos com PMMA impulsionam o debate sobre a proibição do produto
Muito populares nas redes sociais, preenchimentos com a substância podem causar complicações graves, como insuficiência renal e necrose
"Este produto precisa ser proibido.”, “Quantas pessoas vão ter que morrer?”, “Eu sou uma vítima, assim como tantas outras.”. Esses e outros comentários recebem centenas de curtidas em páginas de redes sociais focadas em alertar sobre os riscos da aplicação do polimetilmetacrilato (PMMA).
O PMMA é uma substância sintética derivada do acrílico, na forma de microesferas. Originalmente, o material era utilizado para corrigir pequenas deformidades ou perda de gordura facial em pessoas com HIV. No entanto, ao longo do tempo, o tratamento demonstrou oferecer riscos e acarretar complicações severas. Hoje em dia, existem substâncias mais modernas e seguras que são utilizadas para esse mesmo fim. Apesar disso, o material ainda é aplicado por médicos e até mesmo por profissionais sem habilitação na área estética. Os principais riscos incluem reações inflamatórias, granulomas, necrose e insuficiência renal.
Segundo o cirurgião plástico Alexandre Kataoka, membro-titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, a substância é considerada um preenchedor permanente, pois, diferentemente da toxina botulínica (botox) e do ácido hialurônico, ela não é reabsorvida pelo corpo após sua aplicação. “Apesar da popularidade, o uso do PMMA envolve riscos significativos, principalmente devido à sua permanência no organismo."
Atualmente, a aplicação do PMMA no Brasil exige treinamento e habilitação, sendo autorizada apenas para correção de lipodistrofia (distribuição anormal de gordura corporal) e correção volumétrica facial e corporal. No entanto, muitos pacientes desconhecem os efeitos adversos da substância e continuam a procurar esse tipo de tratamento. Além disso, profissionais não habilitados realizam a aplicação do produto, por vezes enganando os clientes e vendendo o PMMA como se fosse botox ou ácido hialurônico.
Recentemente, casos de complicações graves e até mesmo óbitos após o uso de PMMA reacenderam o debate sobre a proibição da substância. Em janeiro de 2025, o Conselho Federal de Medicina (CFM) encaminhou um pedido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para proibir a aplicação do PMMA em procedimentos estéticos. [...]
Fonte: GONZALEZ, Ana. Riscos em procedimentos estéticos com PMMA impulsionam o debate sobre a proibição do produto. Adaptado. Jornal da Universidade da UFRGS, Porto Alegre, 20 fev. 2025. Disponível em: https://www.ufrgs.br/jornal/riscos-em-procedimentos-esteticos-com-pmma-impulsionam-o-debate-sobre-a-proibicao-do-produto/. Acesso em: 1 mar. 2025.
Item 1. Os textos apresentam opiniões divergentes sobre o uso do PMMA porque
Item 2. Sobre a regulamentação do PMMA, o principal ponto de divergência das opiniões se refere
Leia os textos a seguir para responder aos itens 3 e 4.
Texto 1
Transformação digital, inteligência artificial e mudanças culturais em instituições de Saúde
Nos últimos anos, a proliferação de eventos voltados à inovação têm evidenciado a crescente incorporação dos processos de digitalização nas discussões de diversos setores econômicos. Áreas como agronegócio, educação, logística, saúde, marketing e indústria vêm sendo impactadas por um fenômeno amplamente conhecido como “Transformação Digital". Nesse contexto, surge a oportunidade de explorar o papel da Inteligência Artificial (IA) no cenário econômico e seu potencial para transformar processos e dinâmicas culturais e de trabalho.
Este texto se propõe a analisar, em especial, como a IA está sendo introduzida no setor da saúde e a avaliar a receptividade dessa tecnologia por parte das instituições e de profissionais da área. Primeiramente, vale dizer que a Transformação Digital que ocorre no setor de saúde é também indicada com o termo “Saúde Digital" e seus desdobramentos. De qualquer modo, ambas as qualificações na prática indicam que o setor de saúde vem se aproximando do mundo digital e de suas tecnologias de informação e comunicação.
A área da saúde não apenas se aproximou desses processos como foi empurrada para isso devido à pandemia de covid-19. O setor é conhecido pela dificuldade de se digitalizar, comparado a outros, pois o contato direto com o paciente é bastante reconhecido e valorizado como padrão ouro de atendimento. Um exemplo disso é que apenas em 2018, com a Lei n.º 13.787, autorizou-se “a digitalização e a utilização de sistemas informatizados para a guarda, o armazenamento e o manuseio de prontuário de paciente” por instituições e que, ainda hoje, ao final de 2024, prontuários de papel são utilizados por cerca de 2.000 hospitais dos mais de 7.000 espalhados pelo país, conforme relato coletado.
Assim, é impossível abordar a Inteligência Artificial (IA) na saúde sem destacar a importância da coleta e do armazenamento de dados. Sem bases estruturadas, como prontuários eletrônicos, não há como implementar programas de IA capazes de oferecer contribuições significativas ao setor.
Nesse sentido, uma Transformação Digital mínima é indispensável para viabilizar a aplicação dessas tecnologias. A IA tem o potencial de transformar as dinâmicas de saúde ao possibilitar a análise massiva de dados, a criação de indicadores que antecipem intercorrências graves, a identificação de erros e a otimização do uso de recursos, promovendo maior eficiência e qualidade no atendimento. [...]
Fonte: FLORIO, Bibiana Poche. Transformação digital, inteligência artificial e mudanças culturais em instituições de Saúde. Adaptado. Jornal da Universidade, Porto Alegre, 13 fev. 2025. Disponível em: https://www.ufrgs.br/jornal/transformacao-digital-inteligencia-artificial-e-mudancas-culturais-em-instituicoes-de-saude/. Acesso em: 1 mar. 2025.
Texto 2
Relatório global sobre inteligência artificial na saúde aponta princípios orientadores para concepção e uso
A inteligência artificial pode ser, e em alguns países ricos já está sendo, usada para melhorar a velocidade e a precisão do diagnóstico e da triagem de doenças; para auxiliar no atendimento clínico; fortalecer a pesquisa em saúde e o desenvolvimento de medicamentos; e apoiar diversas intervenções de saúde pública, como vigilância de doenças, resposta a surtos e gestão de sistemas de saúde.
A AI também pode capacitar os pacientes a ter maior controle de seus próprios cuidados de saúde e compreender melhor suas necessidades em evolução. Também poderia permitir que países com poucos recursos e comunidades rurais, onde os pacientes frequentemente têm acesso restrito a profissionais de saúde ou profissionais médicos, preencham as lacunas no acesso aos serviços de saúde. No entanto, o novo relatório da OMS adverte contra superestimar os benefícios da inteligência artificial para a saúde, especialmente quando isso ocorre às custas de investimentos e estratégias essenciais para alcançar a cobertura universal de saúde.
O documento também aponta que as oportunidades estão ligadas a desafios e riscos, incluindo coleta e uso antiético de dados de saúde; preconceitos codificados em algoritmos e riscos da inteligência artificial para a segurança do paciente, cibersegurança e meio ambiente.
Embora o investimento dos setores público e privado no desenvolvimento e implantação da inteligência artificial seja fundamental, por exemplo, seu uso não regulamentado poderia subordinar os direitos e interesses dos pacientes e das comunidades aos poderosos interesses comerciais de empresas de tecnologia ou aos interesses dos governos em vigilância e controle social.
O relatório também enfatiza que os sistemas capacitados principalmente em dados coletados de indivíduos em países de alta renda podem não funcionar bem para indivíduos em ambientes de baixa e média renda. [...]
Fonte: OPAS/OMS. Relatório global sobre inteligência artificial na saúde aponta princípios orientadores para concepção e uso. Adaptado. Campus Virtual Fiocruz, 2024. Disponível em: https://campusvirtual.fiocruz.br/portal/?q=noticia/61445. Acesso em: 1 mar. 2025.
Item 3. Os textos apresentam opiniões divergentes sobre o impacto da inteligência artificial na saúde porque
Item 4. A principal diferença entre as opiniões expressas nos textos 1 e 2 sobre a inteligência artificial na saúde está na
Leia os textos a seguir para responder aos itens 5 e 6.
Texto 1
A chinela turca
Não lia romances; os livros de maior aceitação eram os de pura doutrina e prática jurídica. Não era político, nem mesmo jornalista. Se a política lhe dava algum interesse, era por via das leis e das instituições; quanto ao jornalismo, só lia jornais de manhã e à noite, e lia-os mais por hábito que por necessidade. [...] Assim, pois, às nove horas da noite, quando a sala estava arranjada e o jantar acabado, Duarte lançou-se ao sofá, disposto a esperar ali, sem tédio, sem tristeza, sem impaciência, o momento de ir ao teatro. Sabes que teatro era esse? Não era nenhum dos nossos; era o São João, de Lisboa, cujo nome lhe viera à memória, depois de haver relido um trecho de Garrett, por sinal que lhe ficou uma ideia de saudade e de inveja.
Esperando o teatro, cochilou, e ao cabo de dez minutos já dormia profundamente. Era homem de nervos quietos, respiração compassada, boa circulação de sangue. O estômago, ainda cheio do jantar, trabalhava com energia e fazia-o sonhar, como, aliás, se compreende. Sonhou, mas o sonho foi-se complicando tanto que ele chegou a ver-se metido numa encrenca. Tudo são trevas para mim, dizia ele consigo, sem saber o que se passava. Parecia-lhe que havia na sala uma terceira pessoa, além dele e do tal homem; e essa terceira pessoa parecia um cadáver.
Esta circunstância, que na vida real o teria enchido de medo, no sonho apenas lhe deu certa apreensão, logo vencida. O que mais o preocupava era a ação dos dois homens, ele e o outro, ao pé do cadáver. Que faziam ali? Que procuravam? Não podiam ser ladrões, porque a casa era dele, Duarte; nem podiam ser assassinos, porque ele não matara ninguém; e, se o tivesse feito, não iria tão calmamente abrir uma mala e examiná-la. Esta reflexão de onírica lógica restituiu-lhe a serenidade. [...]
Fonte: ASSIS, Machado de. A chinela turca. In: Obra completa. Rio de Janeiro: Domínio Público, [s.d.]. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000233.pdf. Acesso em: 15 dez. 2024.
Glossário:
Lógica onírica: conceito que se refere ao pensamento inconsciente que ocorre durante o sono.
Texto 2
A vergonha pública: um pesadelo real
A sensação de ser exposto ao ridículo em público pode ser tão perturbadora quanto um pesadelo. A vergonha pública, seja na vida real ou nas redes sociais, evoca sentimentos de medo, constrangimento e impotência, muitas vezes de forma avassaladora. Assim como em um sonho, a lógica e a razão se distorcem, e a pessoa se vê presa em uma situação humilhante, onde a opinião alheia se torna uma força opressora.
A sociedade, ao longo da história, utilizou a vergonha como mecanismo de controle, desde as humilhações públicas na Idade Média até as modernas exposições nas redes sociais. No entanto, a intensidade e a onipresença da vergonha pública na era digital podem transformar a experiência em um verdadeiro pesadelo. Comentários ofensivos, vídeos virais de "flagrantes” e a exposição de falhas humanas na internet criam um ambiente onde a vergonha se alastra como uma sombra, perseguindo a vítima mesmo após o término da exposição.
A sensação de vulnerabilidade e impotência diante da vergonha pública pode ser comparada à confusão e ao medo experimentados em um sonho. Assim como Duarte, personagem do texto 1, se vê envolvido em uma situação perturbadora em seu sonho, a vítima da vergonha pública se sente presa em um pesadelo real, onde a reputação e a autoestima são ameaçadas.
Enquanto alguns defendem a vergonha pública como forma de controle social, outros questionam a ética e a proporcionalidade dessa prática. A linha tênue entre justiça e crueldade se torna ainda mais difusa quando a exposição pública se assemelha a um pesadelo, onde a vítima se vê indefesa diante da humilhação.
Fonte: elaborado pela equipe pedagógica para uso exclusivo deste material, utilizando como ferramenta de apoio o GPT-4.
Item 5. Os textos apresentam opiniões divergentes sobre o impacto das experiências perturbadoras, pois
Item 6. Sobre o papel das experiências perturbadoras, os dois se diferenciam porque
Item 7. Leia os textos a seguir.
Texto 1
CNE aprova diretrizes para uso de celulares nas escolas
Orientações quanto à aplicação da Lei nº 15.100/2025 e integração curricular de educação digital e midiática visam auxiliar escolas e redes de ensino na tomada de decisões. MEC vai homologar as diretrizes.
Em reunião nesta quinta-feira, 20 de fevereiro, o Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou novas diretrizes operacionais sobre o uso de dispositivos digitais em espaços escolares e a integração curricular do componente Educação Digital e Midiática. O documento visa a orientar as redes de ensino e as escolas sobre a aplicação da legislação referente em todas as etapas da educação básica e às diferentes modalidades educacionais.
A votação aprovou por unanimidade as diretrizes, tendo ocorrido após publicação do Decreto Presidencial n°12.385/2025, que regulamentou a Lei nº 15.100/2025 e remeteu ao CNE a função de emitir diretrizes mais detalhadas e aplicáveis à realidade das escolas. Entre as mudanças trazidas pelo documento, estão: regras claras para o uso de dispositivos digitais nas escolas; autonomia para as redes na implementação; equilíbrio entre restrição do uso não pedagógico e incentivo ao uso educativo; integração curricular das tecnologias; e fundamentação dos processos de acompanhamento, monitoramento e avaliação do uso desses dispositivos na educação básica. Em relação à integração curricular, a resolução traz orientações para apoiar as redes na implementação da educação digital e midiática em todas as etapas de ensino.
"Em tempos de educação digital, inteligências artificiais, redes sociais e algoritmos, precisamos pensar em maneiras de garantir que nossos jovens saibam navegar nesse mundo hiperconectado", apontou a secretária de Educação Básica, Kátia Schweickardt. "Cada vez mais, as pessoas têm dificuldades de se abraçar, de conversar e de se conectar fisicamente por conta da vida excessiva no mundo digital. Então, essa lei e essas diretrizes visam assegurar que crianças e adolescentes saibam navegar de forma segura e respeitosa por essa nova realidade."
O presidente do CNE, César Callegari, explicou que o documento foi construído com base em diversos estudos e pesquisas. “A tecnologia estava sendo introduzida nas escolas sem qualquer orientação para estudantes ou professores, o que trouxe diversos efeitos negativos para nossa juventude, como problemas de ansiedade, entre outros transtornos. As novas diretrizes operacionais são guiadas por fundamentos científicos e pedagógicos, para garantir que elas tenham efetividade e possam, verdadeiramente, proteger a saúde das crianças e dos adolescentes", completou. [...]
Desde 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece a dependência digital, a nomofobia, como um transtorno caracterizado pelo medo irracional de estar sem o celular ou outros aparelhos eletrônicos. Estudos também apontam que o uso indiscriminado de telas pode ocasionar impactos negativos, como distrações, prejuízo à dinâmica de ensino e comprometimento das interações sociais. [...]
Fonte: MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. CNE aprova diretrizes para uso de celulares nas escolas. Brasília, 20 fev. 2025. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/assuntos/noticias/2025/fevereiro/cne-aprova-diretrizes-para-uso-de-celulares-nas-escolas. Acesso em: 3 mar. 2025.
Texto 2
Uso de celulares nas escolas traz mais prejuízos do que benefícios aos estudantes
Para Daniel Cara, o uso de meios tecnológicos é benéfico para a sociedade, porém, o uso indevido da tecnologia interrompe o percurso natural de diversos fatores, dentre eles o aprendizado e o desenvolvimento cognitivo.
O uso de celulares no ambiente escolar está se tornando cada vez mais comum. Essa prática pode levar não apenas ao prejuízo na concentração dos estudantes, mas também na diminuição da sua criatividade. O Ministério da Educação está finalizando os preparativos para divulgar, em outubro, um projeto de lei com o objetivo de proibir o uso de celulares em escolas públicas e privadas do Brasil. Sobre esse assunto, o professor Daniel Cara, da Faculdade de Educação da USP, comenta.
"Precisa regulamentar, sem dúvida nenhuma. É interessante observar que essa regulamentação, inclusive, tem desafios específicos para cada etapa de escolarização, é muito mais fácil realizar essa tarefa. No ensino fundamental, lamento dizer, também na educação infantil, infelizmente têm pais e mães que acabam cedendo e dando celulares para crianças na educação infantil de 5 anos, 6 anos, o que é de fato um absurdo, têm crianças que estão levando celulares para a escola, na pré-escola. No Ensino Médio, até nos anos finais do Ensino Fundamental, isso já fica mais complicado. Essa vai ter que ser uma regulamentação sensível e que traz também desafios para a gestão da escola”, afirma.
O professor também apresenta a dificuldade dessa implementação de medidas. Os aparelhos estão mais equipados com tecnologia, o que aumenta seu valor agregado. Daniel Cara fala a respeito dos empecilhos em relação à proibição do uso de telefones celulares nas escolas brasileiras e mundiais. O docente ainda afirma que o melhor caminho para combater o uso excessivo de telas é a conscientização, no entanto, essas medidas não estão se mostrando efetivas.
Um estudo realizado pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, concluiu que o excesso de tecnologia leva a prejuízos na comunicação entre crianças e jovens, problemas no sono, atrasos no desenvolvimento cognitivo, entre outros problemas. Daniel Cara desenvolve a ideia da importância do uso de métodos tradicionais de ensino e comenta o impacto das inteligências artificiais nos estudos.
"Tem duas linhas científicas de análise, uma li-nha que vai dizer que a utilização das telas traz um prejuízo enorme ao aprendizado dos estudantes por vários fatores. O principal deles é que as telas não são nem tão problemáticas quanto o exercício de digitação. O ser humano tem três estratégias de memorização que foram desenvolvidas ao longo da história, uma delas é bem recente, que é a escrita. A escrita, quando ela é desenvolvida, é a que gera a maior capacidade de memorização. A audição é muito inferior à leitura. Primeiro a escrita, depois vem a leitura, depois vem a audição, em termos de capacidade de memorização”, disserta. “As telas e a digitação coíbem todas elas. A escrita, para ter de fato uma memorização forte, ela tem que ser feita à mão. É assim que se desenvolve a maior capacidade de memorização. Então esse é um ponto. A utilização das tecnologias reduz a capacidade cognitiva das gerações. E pela primeira vez nós estamos verificando uma queda de capacidade cognitiva da atual geração."
Fonte: REDAÇÃO. Uso de celulares nas escolas traz mais prejuízos do que benefícios aos estudantes. Jornal da USP, 24/09/2024. Disponível em: [https://jornal.usp.br/radio-usp/uso-de-celulares-nas-escolas-traz-mais-prejuizos-do-que-beneficios-aos-estudantes/]. Acesso em: 03/03/2025.
Os textos 1 e 2 apresentam opiniões divergentes sobre o impacto do uso de celulares nas escolas, pois
Item 8. Leia este texto.
A primeira bodega
A primeira bodega que se abria, na feira do Jacaré, era a de seu Bento. Logo muito cedo, mal o dia começava a raiar, ele saía de casa, embrulhado num cobertor de lã por causa do frio cortante, escancarava as duas portas da frente, ia à ancoreta de cachaça pousada em cima do balcão, tomava um tronco para esquentar o corpo e ficava, por algum tempo, passeando dentro do quarto, à espera dos primeiros fregueses.
Estes não demoravam a chegar. Eram, de ordinário, os mesmos: seu Valdivino, marchante, dono do açougue vizinho, conversador inesgotável e cacete depois da terceira golada; o capitão Mosqueiro, espírito alegre e vivo, grande contador de anedotas picantes, que, apesar de muito repetidas, arrancavam formidáveis gargalhadas; seu Doca, o mais moço de todos, prosador e poeta, que assombrava a terra com os seus violentos artigos políticos nos jornais da capital e já era uma celebridade consagrada pelo Almanaque de Lembranças. Tivera estudos. Toda a gente o considerava um moço preparado. Fazia graça de um grosseiro materialismo e, de vez em quando, atracava-se em polêmica com o vigário da freguesia, um santo homem, que tomava a peito converter o herege.
Só mais tarde chegavam o Baé, o Januário, o Zé Preto, o velho Macedo, o Caboquim e outros negociantes das imediações, que formavam uma grande roda, aplicada, toda a manhã, até à hora do almoço, a beber copinhos de cachaça e a falar da vida alheia. Quando seu Bento abria a porta, vinha de dentro do quarto um bafo morno, nauseante complexo, em que se misturava o cheiro de mil coisas heterogêneas: sardinhas secas, jacas, rapaduras, fumo de corda, álcool, drogas, plantas medicinais, queijos, alhos e cebolas brancas, bananas, atas, avoantes...
Além de negociante de gêneros alimentícios, seu Bento era também muito entendido em assuntos de medicina caseira. Como na terra não havia médico nem boticário, ele desempenhava o papel de curioso. Com o auxílio do seu bojudo Chernoviz, aconselhava remédios a quantos recorriam à sua experiência, e dizia-se que estava só para tratar das doenças do mundo. Jalapa para estes, batata para aqueles outros, eram os seus remédios prediletos. Se não fizessem bem, não podiam fazer mal. Custavam pouco, mas esse pouco lhe bastava para ir vivendo folgadamente, em meio à sua vasta clientela. [...]
Fonte: AGALHÃES JÚNIOR, Raymundo. O lobisomem. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000201.pdf. Acesso em: 10 jan. 2025.
Glossário:
Ancoreta: pequeno recipiente, geralmente de barro, usado para armazenar líquidos, como a cachaça mencionada no texto.
Cacete: no contexto do texto, refere-se a uma pessoa ma-çante, importuna, que incomoda com conversas excessivas ou repetitivas.
Jalapa: planta medicinal com propriedades laxativas, usada como purgante.
Marchante: pessoa que tem como profissão abater e vender carne; açougueiro.
No fragmento do conto, um trecho em que há uma opinião é
Item 9. Leia o texto a seguir.
Agora é COP30
O Governo do Rio Grande do Sul presenciou uma das Conferências do Clima, no Azerbaijão (COP29), mais organizadas dos últimos anos. O evento contou com transporte de qualidade, espaços bem sinalizados e uma ampla presença de voluntários prestando informações.
Embora a organização tenha sido impecável, a COP29 também ficou marcada pela falta de consenso entre os líderes mundiais, que assinaram um acordo de financiamento climático considerado insuficiente para suprir as necessidades dos países em desenvolvimento no enfrentamento das mudanças climáticas.
A edição destacou a valorização dos governos locais. Durante uma reunião ministerial da Organização das Nações Unidas (ONU) - que contou com a participação do Rio Grande do Sul, inclusive com uma fala na plenária -, o secretário-geral para a Ação Climática da ONU, Selwin Hart, reforçou a importância dos governos subnacionais na implementação de ações efetivas. Segundo ele, “Vocês são os protagonistas da mudança, os primeiros a se moverem. Vocês estão liderando no front".
O protagonismo mencionado pela autoridade é uma realidade no governo gaúcho, que tem como fio condutor o Proclima2050. Iniciativas como o Roadmap Climático, lançado durante a COP, fazem parte dos projetos que promovem a integração dos entes locais. O Plano Rio Grande também nasceu dessa necessidade de estruturar uma resposta integrada, que permita uma reconstrução adaptada e resiliente.
Agricultura de baixo carbono e segurança alimentar foram outros temas discutidos em reuniões com bancos internacionais e com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Essas discussões abriram portas para a participação do estado no Grupo de Sharm el-Sheikh, que estará presente em Bonn, na Alemanha, para tratar do tema.
Com o encerramento da COP29, o foco agora está voltado para a COP30, que será realizada no Brasil. Esta conferência promete ser um momento de desafios e superação. Um evento em que o Brasil deverá se apresentar como uma nação unida, com um propósito único: o enfrentamento das mudanças climáticas. [...]
Fonte: GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Agora é COP30. Disponível em: https://estado.rs.gov.br/agora-e-cop30. Acesso em: 15 dez. 2024.
No artigo, a apresentação de fatos se distingue da opinião do autor principalmente
Item 10. Leia o texto a seguir.
Nova fase da campanha para adoção de animais atingidos pela enchente amplia canais de divulgação
Em parceria com a agência Matriz, governo aposta em novos formatos de mídia para alcançar mais pessoas
A campanha "Seja Também um Herói - Adote um Bichinho da Enchente”, promovida pelo governo do Estado, entrou em uma nova fase. A ação começou esta semana e aposta em novos formatos de mídia para incentivar a adoção de animais que ainda estão em abrigos e lares temporários após as enchentes de maio deste ano. Durante o período mais crítico das cheias, mais de 20 mil animais ficaram abrigados em todo o Rio Grande do Sul.
A campanha faz parte do conjunto de ações emergenciais coordenadas pelo Gabinete do Vice-Governador para apoiar o bem-estar animal. De acordo com Gabriel Souza, o governo tem trabalhado em diferentes frentes para incentivar a adoção, como o programa que prevê o repasse de recursos aos municípios que contam com abrigos ou lares temporários. “O nosso objetivo é sensibilizar os gaúchos e incentivá-los a fazer a adoção responsável desses cães e gatos que ainda aguardam por um lar. Por isso, ampliamos as inserções em diferentes canais para que um público mais diversificado possa ter acesso a esse conteúdo e também nos ajudar na campanha", destaca o vice-governador, que também é médico veterinário.
Em Porto Alegre e Canoas, os dois municípios com o maior número de animais abrigados, ainda há cerca de 1,6 mil animais (cães e gatos) que aguardam por uma família. Para diminuir esses números, a campanha investe em anúncios nas ruas, como painéis e outdoors, e na exibição de vídeos no TikTok, com depoimentos de pessoas que adotaram animais atingidos pela enchente. Esses vídeos buscam compartilhar as experiências positivas e sensibilizar quem consome os conteúdos. No YouTube, o número de inserções e a duração dos vídeos também serão ampliados.
A expectativa é ter um resultado ainda melhor do que o da primeira fase da campanha, realizada em agosto. Após a veiculação das peças, o número de acessos ao site da Arcanimal, organização não governamental parceira do governo, triplicou. A Arcanimal disponibiliza fotos e dados de animais que estão à espera de adoção. “Esta ação vem dar continuidade ao que está sendo feito, em um momento que a curva de adoções diminuiu. Nossa expectativa é que consigamos alcançar os corações que ainda não se sensibilizaram", afirma Carine Zanotto, presidente da Arcanimal. [...]
Fonte: GOVERNO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. Nova fase da campanha para adoção de animais atingidos pela enchente amplia canais de divulgação. 2024. Disponível em: https://www.estado.rs.gov.br/nova-fase-da-campanha-para-adocao-de-animais-atingidos-pela-enchente-amplia-canais-de-divulgacao. Acesso em: 15 dez. 2024.
Na reportagem, a opinião do governo sobre a campanha de adoção de animais se manifesta principalmente
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