Item 1. Leia o texto a seguir.

Às vezes

Às vezes tenho ideias felizes,
Ideias subitamente felizes, em ideias
E nas palavras em que naturalmente se despegam...

Depois de escrever, leio...
Por que escrevi isto?
Onde fui buscar isto?
De onde me veio isto? Isto é melhor do que eu...
Seremos nós neste mundo apenas canetas com tinta
Com que alguém escreve a valer o que nós aqui
traçamos?...

Fonte: PESSOA, Fernando. Poemas de Álvaro de Campos. Às Vezes. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/ download/texto/jp000004.pdf. Acesso em: 27 dez. 2024.

No poema, o efeito de sentido criado pelo uso das reticências em vários versos refere-se

Item 2. Leia o texto a seguir.


Fonte: BENETT. O WhatsApp tornou-se o oráculo de sabedoria para uma legião de pessoas. Acervo pessoal do autor e disponibilizado para este material.

Na charge, a expressão “Oráculo de sabedoria" sugere que o WhatsApp é visto como

Leia o texto a seguir para responder aos itens 3 e 4.

A escrava Isaura
Cap. II

Os cavaleiros, que acabavam de apear-se, eram dois belos e elegantes mancebos, que chega- vam da vila de Campos. Pelo modo familiar com que foram entrando, logo se depreendia que eram gen- te da casa. De fato, um deles era Leôncio, marido de Malvina, e o outro, Henrique, irmão de Malvina. Antes de irmos adiante, é necessário conhecermos mais intimamente os dois jovens cavaleiros.

Leôncio era filho único do rico e magnífico comendador Almeida, proprietário da bela e sun- tuosa fazenda em que nos encontramos. O comen- dador, já bastante idoso e cheio de enfermidades, havia, após o casamento de seu filho – ocorrido um ano antes do início desta história –, transferido a administração e o usufruto da fazenda para ele. Desde então, o comendador vivia na corte, onde procurava alívio ou distração para os achaques que o atormentavam.

Leôncio crescera rodeado pelas larguezas e facilidades proporcionadas pelos pais, encontrando amplos meios para corromper o coração e extraviar a inteligência. Mau aluno e criança incorrigível, turbulento e insubordinado, passou de colégio em colégio. Apesar disso, sempre conseguiu salvar-se nos exames preparatórios, graças à influência de seu pai, cujo prestígio impedia que os mestres o reprovassem.

Matriculado inicialmente na escola de me- dicina, Leôncio logo se cansou daquela disciplina. Como os pais não sabiam contrariá-lo, permitiram que ele seguisse para Olinda para frequentar o cur- so jurídico. Lá, dissipou boa parte da fortuna pa- terna, entregando-se a vícios e fantasias desmedi- das. Porém, também se desinteressou dos estudos jurídicos e concluiu que apenas na Europa poderia desenvolver plenamente sua inteligência e saciar sua sede de conhecimento em fontes puras e abun- dantes. [...]

Fonte: GUIMARÃES, Bernardo. A Escrava Isaura. Adaptado. Belém: NEAD - Núcleo de Educação a Distância, Universidade da Amazônia, [s.d.]. Disponível em: http://www. dominiopublico.gov.br/download/texto/ua00057a.pdf. Acesso em: 27 dez. 2024.

Item 3. No quarto parágrafo, no trecho “Como os pais não sabiam contrariá-lo, permitiram que ele seguisse para Olinda para frequentar o curso jurídi- co.”, a expressão destacada tem sentido de

Item 4. No terceiro parágrafo, no trecho “Mau alu- no e criança incorrigível, turbulento e insubordi- nado, passou de colégio em colégio.”, as vírgulas foram usadas para

Item 5. Leia este texto.


Fonte: HUMOR COM CIÊNCIA. Olim “Piada”. Disponível em: https://www.humorcomciencia.com/category/blog/page/3/. Acesso em: 27 dez. 2024.

Considerando os elementos visuais (como o pódio) e os elementos verbais (como a fala do carro), a principal crítica apresentada pela tirinha é que

Item 6. Leia o texto e responda.

Verdade sobre o ciúme dos macacos-prego

Outro dia, conversando com um amigo so- bre os sentimentos humanos, a conversa logo caiu no tal ciúme, aquele sentimento complicado que pode transformar o dia mais tranquilo. Então, ele me perguntou:

Será que os animais sentem ciúme também?

A pergunta me fez pensar. Lembrei dos vídeos de macacos-prego, que parecem demonstrar frus- tração quando recebem uma guloseima menos gos- tosa que os companheiros. A resposta parecia óbvia: claro que sim! Eles se comparam com os outros, in- comodam-se com a diferença, com a injustiça.

Mas, ao pesquisar sobre o tema, descobri que, na verdade, os macacos-prego não sentem ciúmes como nós. Um estudo da Universidade da Califórnia, que observou mais de 60 mil casos de 18 espécies diferentes, concluiu que, embora eles mostrem frustração, isso não é ciúme. Para os ani- mais, o que chamamos de “ciúme” é uma reação simples à desigualdade, sem toda a complexidade emocional que nós, humanos, atribuímos a esse sentimento.

Nós, humanos, temos uma capacidade única de refletir sobre o que sentimos, de comparar e ra- cionalizar nossas emoções. Já os animais, embora sintam, não têm esse nível de interpretação. O ci- úme, como o conhecemos, é algo próprio da nossa mente, cheia de comparações e julgamentos.

Da próxima vez que eu sentir ciúme, vou me lembrar dos macacos-prego. Eles não ficam remo- endo uma fatia de melancia menos gostosa. Eles apenas seguem em frente, sem grandes reflexões.

Quem sabe a lição que podemos aprender é essa: a vida pode ser mais simples do que pensa- mos. Talvez seja hora de deixar o ciúme para trás e seguir em frente, como os macacos-prego.

Fonte:elaborado pela equipe pedagógica para uso exclusivo deste material, utilizando como ferramenta de apoio o GPT-4.

No trecho "Já os animais, embora sintam, não têm esse nível de interpretação”, no quinto parágrafo, o termo destacado gera o efeito de sentido de

Item 7. Leia o texto e responda.

Brasil tem terceira maior população pet do mundo
Veja os projetos do Senado sobre o assunto

Estima-se que o Brasil possua a terceira maior população “pet” do mundo: algo entre 150 e 160 milhões de animais de estimação – mais de três vezes a população do estado de São Paulo.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), os cães são a maioria dos pets no país: cerca de 60 milhões. Em segundo lugar, aparecem as aves (40 milhões); em terceiro, os gatos (30 mi- lhões); e, em quarto, os peixes ornamentais (20 milhões).

A pandemia pode ter contribuído para am- pliar essa população: uma pesquisa realizada em 2021, a Radar Pet, apontou que o número de ani- mais de estimação em lares brasileiros aumentou 30% durante o isolamento social.

Benefícios do convívio com animais

Segundo a psicóloga clínica Alessandra Pe- traglia, a interação com os animais de estimação libera ocitocina, o chamado “hormônio do amor", promovendo relaxamento e bem-estar. “Interagir com os animais pode trazer a sensação de presença constante. O pet oferece companhia emocional e alivia os sintomas da ansiedade e da solidão. Tam- bém combate e previne a depressão porque traz uma rotina, uma estrutura diária ao tutor do ani- mal, promovendo um senso de responsabilidade" – explica.

O psicólogo Marcos Ribeiro e a médica vete- rinária Fabieni Okiyama reforçam o impacto posi- tivo dos pets na saúde mental de seus tutores. Fa- bieni ainda ressalta que, quando os animais fazem parte da família, a relação é chamada de "família multiespécie".

Direitos e Projetos de Lei para Animais. [...]

Fonte: MELO, Luiza. Brasil tem terceira maior população pet do mundo. Veja os projetos do Senado sobre o assunto. Agência Senado, 23 dez. 2024. Disponível em: https://www12. senado.leg.br/noticias/infomaterias/2024/12/brasil-tem- terceira-maior-populacao-pet-do-mundo-veja-os-projetos-do- senado-sobre-o-assunto. Acesso em: 27 dez. 2024.

No trecho "Segundo a psicóloga clínica Alessandra Petraglia, a interação com os animais de estimação libera ocitocina...”, no quarto parágrafo, a expres- são destacada tem como principal função

Item 8. Leia este texto.

Ancestrais


Fonte: HUMOR COM CIÊNCIA. Ancestrais. Disponível em: https://www.humorcomciencia.com/tirinhas/#https- www-humorcomciencia-com-wp-content-uploads-2024-02- Ancestrais-360x150-jpg-716816. Acesso em: 27 dez. 2024.

No trecho "Eu tenho uma ligação especial com vocês!", no contexto da tirinha, a expressão des- tacada significa que o smartphone

Item 9. Leia o texto e responda.

Capítulo VI - O Brasil anedótico

O Duque de Caxias, quando em campanha, fazia questão de sofrer as mesmas agruras e correr os mesmos riscos que os seus soldados. Uma tarde, em Lomas Valentinas, estava ele, completamente molhado, sob uma laranjeira, esperando o momento do ataque, quando uma ordenança se aproximou, trazendo à mão, com cuidado, uma fumegante xícara de café.

Aqui está – disse – que o sr. dr. Bonifácio de Abreu mandou para V. Excia., e ordenou-me que não deixasse cair um pingo no chão.

O marechal fitou-o pausadamente.

Eu não quero, – respondeu, afinal.

E para o soldado, abrandando a voz:

Beba-o você, camarada.

Fonte: CAMPOS, Humberto de. O Brasil Anedótico. Disponível em: http://www.portugues.seed.pr.gov.br/arquivos/File/ leit_online/humberto3.pdf. Acesso em: 27 dez. 2024.

Na anedota, no trecho, “Beba-o você, camarada”, o sentido da palavra destacada é

Item 10. Leia este texto.

O velho e o tesouro do rei

Havia, em um lugar, um homem velho muito po- bre, tão pobre que não tinha o que comer.

Um dia, roubaram o tesouro do rei, e este de- cretou que quem adivinhasse quem havia cometido o roubo ganharia uma grande soma de dinheiro. Levantaram um falso contra o velho pobre e foram dizer ao rei que ele afirmava saber quem era o la- drão. O rei, então, mandou chamá-lo e lhe deu três dias para descobrir o culpado, sob pena de morte.

Ficou o pobre homem no palácio, com ordem de comer do bom e do melhor. Logo no primeiro dia, um criado lhe serviu muitos manjares, e o velho co- meu até se fartar. Quando terminou, virou-se para o criado e disse:

Graças a Deus, que já vi um.

Ele se referia ao fato de ter comido tão bem, algo que nunca havia acontecido antes. No entan- to, o criado, que era um dos ladrões, assustou-se e foi contar aos seus cúmplices o que tinha ouvido. Preocupados, decidiram que no dia seguinte outro criado serviria ao velho para confirmar se ele real- mente sabia do roubo.

No segundo dia, após comer e beber farta- mente, o velho novamente disse:

Graças a Deus, que já vi dois.

Mais uma vez, o criado ficou desconfiado e con- tou aos comparsas:

Não há dúvida, ele sabe que fomos nós que roubamos o rei.

No terceiro dia, o último criado decidiu servir ao velho para tirar a prova. Quando o homem ter- minou a refeição, repetiu:

Graças a Deus, que já vi três.

Aterrorizado, o criado ajoelhou-se aos pés do velho e confessou:

Fomos nós que roubamos o tesouro do rei! Mas, por favor, guarde segredo, pois prometemos devolver toda a quantia.

O velho, que estava condenado à morte, ao per- ceber que tinha o controle da situação, jurou não revelar os culpados. Ele então levou o tesouro de volta ao rei, que ficou muito satisfeito e o recom- pensou com uma grande soma de dinheiro.

Quanto aos criados, nunca mais cometeram ou- tro roubo, temendo serem descobertos.

Fonte: ROMERO, Sílvio. Contos populares do Brasil: o velho e o tesouro do rei. 2. ed. Jundiaí, SP: Cadernos do Mundo Inteiro, 2018. (Coleção Acervo Brasileiro, v. 3). Projeto editorial de Eduardo Rodrigues Vianna. Disponível em: https://cadernosdomundointeiro.com.br/pdf/Contos- populares-do-Brasil-2a-edicao-Cadernos-do-Mundo-Inteiro.pdf. Acesso em: 27 dez. 2024.

No contexto desse texto, a frase “Graças a Deus, já vi um/dois/três” explora o sentido