QUESTÃO 1

Areia em movimento

Gilberto Stam

Em um fluxo contínuo, as ondas do mar formam correntezas e arrastam os sedimentos marinhos como um rio paralelo à praia. Estimado pela primeira vez para todo o litoral brasileiro, o volume transportado pode variar 20 vezes, dependendo da praia. O maior volume médio, entre Alagoas e o norte do estado da Bahia, é de 460 mil metros cúbicos (m³) anuais, o equivalente a 105 caminhões de areia por dia indo para o sul; seria o suficiente para encher um sobrado de quatro andares com área de 100 metros quadrados por andar.

Já o menor transporte, entre o estado do Rio de Janeiro e o sul da Bahia, é de, em média, 109 mil m³ anuais, o equivalente a 25 caminhões por dia seguindo para o norte, ou uma casa térrea de 100 metros quadrados. Os cálculos foram feitos por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), com base em modelagem por computador e detalhados em um artigo publicado em março deste ano na revista Regional Studies in Marine Science.

Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/areia-em-movimento/. Acesso em: 30 jul. 2020 (adaptado).

Um termo técnico utilizado pelo autor do texto é:

QUESTÃO 2

Tão logo a pandemia se instaurou no Brasil, os consultórios médicos se esvaziaram, principalmente aqueles que ficam dentro de complexos hospitalares.

Pacientes portadores de doenças crônicas, mesmo aqueles com câncer ainda sem controle aparente, deixaram de vir aos controles de evolução de suas respectivas doenças. Tão grave quanto foi o fato de os pacientes sequer irem se consultar para receberem os tratamentos que já estavam estabelecidos, interrompendo efetivamente os cuidados médicos.

Nesse sentido, a telemedicina é uma importante ferramenta para manter o tratamento médico durante a pandemia, oferecendo a opção de que visitas sem caráter de urgência possam se tornar visitas virtuais. O potencial da telemedicina pode ser avaliado na prática médica antes da pandemia, como uma ferramenta muito útil que fortalece a atenção primária e evita o desperdício na cadeia de saúde. Mas é durante a pandemia que ela se torna inestimável, principalmente em casos em que ela viabiliza a continuidade do tratamento médico e evita recaídas.

A telemedicina hoje está para a prática médica como as visitas domiciliares eram antigamente, em que podemos acompanhar os nossos pacientes no seu contexto familiar. Mas isso ocorre quando há uma relação médico-paciente bem estabelecida. Para pacientes em áreas distantes, em cenários de pandemia ou idosos com dificuldades de locomoção, a telemedicina tem o potencial de dar acesso à assistência médica e evitar exposição ao vírus.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2020/07/limitacoes-da-telemedicina.shtml. Acesso em: 30 jul. 2020.

O principal assunto abordado nesse artigo de opinião é

QUESTÃO 3

Direito sem ordem de chegada

Pablo Ortellado e Luciana Lima

Dois projetos de lei em tramitação no Congresso propõem a regulamentação nacional da meia-entrada para estudantes em atividades culturais e esportivas - a qual já existe em alguns Estados.

A concessão de meia-entrada é criticada por empresários e produtores com base em dois argumentos.

O primeiro é o de que essa política seria uma ingerência sobre a atividade empresarial, pois obrigaria o setor privado a subsidiar os ingressos dos estudantes. O segundo é o de que os preços dos ingressos estariam sobrevalorizados para cobrir os custos de uma grande quantidade de meias-entradas fraudadas.

Para lidar com esses problemas, os projetos propõem uma cota de 40% dos ingressos para meias-entradas. Além de equivocada nos seus pressupostos, essa medida viola o princípio da universalidade do direito e gera grandes iniquidades.

Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/106029-direito-sem-ordem-de-chegada.shtml. Acesso em: 29 jul. 2020.

No terceiro parágrafo do texto, as palavras “primeiro” e “segundo” referem-se a

QUESTÃO 4

Leia o artigo de opinião sobre notícias e Jornalismo, de João Somma Neto.

Na semana que passou, alguns temas deram origem a uma quantidade volumosa de material “jornalístico” levado ao público pela mídia nacional, oferecendo informações, análises, opiniões, questionamentos, sob as mais variadas formas aos consumidores dos produtos elaborados pelas principais empresas de comunicação.

Por meio da profusão de reportagens e outros tipos de matérias jornalísticas, foi possível que tomássemos conhecimento, por exemplo, de acontecimentos terríveis como o massacre na escola de Suzano, a prisão dos supostos assassinos da emblemática Marielle, do sapiente julgamento do STF a respeito dos crimes de corrupção associados a irregularidades eleitorais, o aumento da violência doméstica, o conflito político e embate pelo poder na Venezuela.

Enfim, com o acesso a tudo o que a chamada “imprensa" nos oferece como fruto de um trabalho profissional, podemos refletir se estamos sendo devidamente informados de modo efetivo ou, como aponta Leão Serva, somos peças integrantes de um processo de desinformação.

Cada vez mais temos à nossa disposição uma prática jornalística que pode utilizar uma infinidade de recursos tecnológicos para produzir e difundir informação socialmente útil. No entanto, apesar do emprego de técnicas e tecnologias eficientes e sofisticadas para atingir os objetivos mercadológicos do jornalismo em seus aspectos empresariais, constata-se que o público em geral é mal informado, quando não desinformado.

Conforme observa Serva, ao se prolongar no tempo uma notícia apresenta contração informativa, mas quando ocorrer seu desfecho este receberá tratamento destacado. Essa situação corresponde a um procedimento que o autor chama de “redução paulatina até explodir novamente como surpresa”.

Segundo ele, por isso “o jornalismo, tal como está disposto nos meios de comunicação atuais, pratica ao mesmo tempo técnicas de informação e de desinformação (...). Informa, mas necessariamente desinforma também”.

Dessa maneira, ainda de acordo com o autor, os relatos a respeito dos fatos produzidos pelo jornalismo atual retiram esses fatos de sua organicidade ou de seu lugar na sucessão dos acontecimentos, negando ao público os instrumentos necessários para a compreensão mais completa dos mesmos.

Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/imprensa-em-questao/massacre-humano-como-tragedia-e-a-miseria-do-jornalismo/. Acesso em: 29 jul. 2020 (adaptado).

Vocabulário

Profusão - grande quantidade; abundância, exuberância.

Sapiente - que tem sabedoria, erudição.

Embate - oposição, reação, resistência.

Mercadológico – relativo a marketing.

Paulatina - realizada em etapas; feita devagar.

Organicidade - qualidade ou caráter que remete ao desenvolvimento natural de algo.

A alternativa que exemplifica o posicionamento defendido pelo autor face ao assunto é:

QUESTÃO 5


Disponível em: http://www.educacao.pe.gov.br/pdf/Educa-PE_Geografia_EnsinoFundamental_semana3.pdf. Acesso em: 22 jul. 2020.

Um título que resume o sentido do cartum é:

QUESTÃO 6

Leia parte do texto de divulgação científica A origem da vida na Terra, escrito por Paula Louredo:

Segundo cientistas, o planeta Terra foi formado há aproximadamente 4,6 bilhões de anos. Na atmosfera havia muita água, gases e relâmpagos. Quando esses três elementos se juntaram, deram surgimento a diversas substâncias que começaram a fazer da Terra um ambiente propício para a vida. Os primeiros seres vivos que existiram na face da Terra datam de 3,8 bilhões de anos, e os cientistas os chamam de estromatólitos.

Disponível em: http://www.escolakids.com/a-origem-da-vida-naterra.htm. Acesso em: 27 jul. 2020 (adaptado).

O termo propício, sublinhado no texto, pode ser substituído por

QUESTÃO 7

Laranjas doces das variedades Pineapple e Hamlin receberam um gene de tangerina e se mostraram resistentes à clorose variegada dos citros (CVC), também conhecida como a praga do amarelinho. O trabalho foi conduzido por pesquisadores do Centro de Citricultura Sylvio Moreira, do Instituto Agronômico de Campinas (IAC), em Cordeirópolis, interior paulista. Para chegar ao resultado, eles infectaram plantas de tangerina, naturalmente resistentes à doença, com a bactéria Xylella fastidiosa, causadora da CVC, e conseguiram identificar um gene com potencial de conferir essa resistência.

Batizado de RAP 2.2, o gene já era conhecido da comunidade acadêmica por estar presente em outras espécies vegetais. No entanto, a descoberta de seu papel em defender plantas de citros frente à Xylella é inédita, "assim como a inserção do gene de tangerina em laranja doce com o objetivo de combater a praga”, ressalta a bióloga Alessandra Alves de Souza, líder do estudo e pesquisadora do IAC, instituição que completou 133 anos em junho. Os caminhos percorridos na pesquisa foram publicados nas revistas Phytopathology e Molecular Plant-Microbe Interactions, em 2019 e 2020, respectivamente.

A clorose variegada de citros é transmitida às laranjeiras pela picada de cigarrinhas, insetos que medem pouco mais de 1 centímetro. Uma vez dentro do fruto, a Xylella começa a se multiplicar ao ponto de obstruir os vasos que transportam água e nutrientes da raiz para a copa das plantas, deixando os frutos pequenos e duros e, por isso, impróprios para o consumo e a comercialização. A praga já foi o maior problema dos citricultores paulistas - em 2009, atingia 42% das plantações de laranja de São Paulo e na região do Triângulo Mineiro e no sudoeste do estado. Atualmente, esse número caiu para 1,71%, de acordo com o levantamento de 2019 do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus). O controle é feito com técnicas de manejo, como uso de inseticidas e plantio de mudas em ambiente protegido.

Disponível em: https://revistapesquisa.fapesp.br/laranjeiras-imunes/. Acesso em: 30 jul. 2020

Uma estratégia para dar crédito, prestígio e/ou autoridade ao fato científico presente no artigo pode ser encontrada em:

QUESTÃO 8

Observe as charges relacionadas ao Caso Miguel, ocorrido em 2 de junho de 2020, no Recife - PE.


Disponível em: https://www.pmav.es.gov.br/uploads/filemanager/Atividades_Disciplinares/Semana_10/9.pdf. Acesso em: 30 jul. 2020.

Nas charges, o posicionamento dos cartunistas é expresso por meio

QUESTÃO 9

Carne de laboratório à mesa

O consumo mundial de carne hoje é quatro vezes maior do que há 50 anos. O aumento não se deve apenas ao crescimento da população do planeta, mas também ao avanço econômico nos países de renda média, como China e Brasil. A produção de carne já ultrapassa as 330 toneladas por ano, segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

Esses danos podem ser ainda maiores nas próximas décadas, pois a população global estará entre 9 e 10 bilhões em 2050. Para alimentar toda essa gente mantendo os níveis de consumo atuais, as estimativas são de que a produção mundial de carne deverá dobrar, um crescimento que os especialistas consideram insustentável para o planeta.

A preocupação com todos esses impactos tem impulsionado a busca por outras formas de se produzir esse alimento tão presente nas mesas do mundo todo. É nesse contexto que surge a proposta de cultivar carne em laboratório, uma alternativa mais limpa, sustentável e que reduz o abate indiscriminado de animais. Carne in vitro, carne à base de células (cell based meat) e carne limpa (clean meat) são algumas das denominações usadas para o produto. Pesquisas de opinião ainda estão em curso para avaliar o nome que será mais aceito pelo consumidor.

Disponível em: http://cienciahoje.org.br/artigo/carne-de-laboratorio-a-mesa/. Acesso em: 3 ago. 2020.

Os principais elementos que justificam a produção de carnes em laboratório estão relacionados ao

QUESTÃO 10

Observe o poema concreto escrito por Caroline Jesuíno:


Caroline Jesuíno - 27-10-2014

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Poesia_concreta. Acesso em: 03 ago. 2020.

Vocabulário

Astrolábio – instrumento náutico antigo, usado para observar e determinar a altura do Sol e das estrelas e medir a latitude e a longitude do lugar onde se encontra o observador.

Ventura - sorte boa ou má, acaso.

Deriva - sem rumo, ao sabor dos ventos e das correntes.

A relação entre o assunto abordado e a forma como o poema foi construído está expressa na alternativa: